segunda-feira, 21 de junho de 2010

Arte Sesc leva peças teatrais a Alegrete

O Arte Sesc – Cultura por toda parte levará a Alegrete duas peças teatrais protagonizadas pela gaúcha Elisa Lucas, em junho. O Centro Cultural da cidade (Praça Oswaldo Aranha, s/nº) recebe, no dia 22, o espetáculo “Confesso que Capitu”, baseado em Dom Casmurro, de Machado de Assis. No dia seguinte (23/06), o teatro infantil “Histórias de Uma Mala Só” será encenado na cidade.

“Confesso que Capitu” conta a história de uma mulher, que, sozinha, se vê diante de um computador para conseguir identificar seus anseios e desejos. Na teia virtual do século XXI, entre mitos femininos e histórias de deusas, encontra a fábula de Capitolina, o signo máximo da mulher desejada. Fascinada, a narradora transpõe à sua própria vida o desafio de ser Capitu. O espetáculo acontece às 20h, com 50 minutos de duração. Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 5,00 (Comerciários), R$ 8,00 (Empresários) e R$ 10,00 (Usuários) no Sesc (av. Assis Brasil, 89).

“Histórias de Uma Mala Só” conta a história de uma viajante, com uma mala só, que percorre vários lugares, onde só a imaginação pode nos levar. Com classificação livre, a peça acontece às 15h e os ingressos estão disponíveis também no Sesc com os mesmos valores.

Também no dia 23, a atriz Elisa Lucas ministra na cidade a “Oficina de Interpretação teatral”. Voltada à classe artística, a aula acontecerá às 18h, também no Centro Cultural de Alegrete. As inscrições podem ser feitas no Sesc Alegrete a R$ 5,00 (Comerciários), R$ 8,00 (Empresários) e R$ 10,00 (Usuários). Outras informações no Sesc Alegrete pelo telefone (55) 3422-2129 ou através do site www.sesc-rs.com.br/artesesc.

Sobre o Sesc – Com 63 anos de atuação, o Sesc/RS é uma entidade privada, mantida e administrada pelos empresários do setor terciário, que tem como objetivo principal a promoção da qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e da comunidade em geral. No Rio Grande do Sul, o Sesc é um dos braços operacionais do Sistema Fecomércio-RS e está presente em mais de 450 municípios com atividades sistemáticas em áreas como a saúde, esporte, lazer, cultura, cidadania, turismo e educação.

Fonte: Agência Fecomércio

domingo, 20 de junho de 2010

Prorrogadas as inscrições para Microprojetos Mais Cultura na Amazônia Legal

A Fundação Nacional de Artes (Funarte/MinC) e a Secretaria de Articulação Institucional (SAI/MinC) prorrogaram o prazo para inscrições no programa Microprojetos Mais Cultura – Amazônia Legal. Agora, os interessados em participar do processo seletivo têm até o dia 1º de julho para encaminhar suas propostas.

O Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura, investirá R$ 13,8 milhões em projetos culturais dos nove estados da região amazônica – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A ação visa promover a diversidade cultural por meio do financiamento de projetos de artistas, grupos artísticos independentes e produtores. As iniciativas deverão ter como beneficiários jovens com idade entre 17 e 29 anos residentes na região.

Esta é a segunda edição do Microprojetos Mais Cultura. Este ano, os proponentes poderão realizar as inscrições de forma oral. Para tanto, serão aceitas gravações em suporte digital ou em fita cassete. A medida visa facilitar e democratizar o acesso ao edital. Ao todo, serão selecionados 772 projetos.

O Programa Mais Cultura de Apoio a Microprojetos da Amazônia Legal será executado pela Funarte e pela Secretaria de Articulação Institucional, em parceria com o Banco da Amazônia e os governos estaduais da região amazônica.

As inscrições, gratuitas, estão abertas a pessoas físicas e jurídicas (sem fins lucrativos) que desenvolvam projetos de artes visuais, artes cênicas, música, literatura, audiovisual, artesanato, cultura afro-brasileira, cultura popular, cultura indígena, design, moda ou artes integradas. As propostas deverão ser enviadas pelos Correios para o seguinte endereço:

Programa Mais Cultura – Ação Microprojetos Amazônia Legal
Coordenação de Difusão Cultural da Funarte/MinC
Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, Lote 02
CEP 70070-350 – Brasília (DF)

Fonte: Portal Stylo | Mais CulturaEm http://mais.cultura.gov.br/2010/06/18/prorrogadas-as-inscricoes-para-microprojetos-mais-cultura-na-amazonia-legal/

Profissão cultura

A atividade cultural é composta por uma diversa e abrangente cadeia produtiva, com funções e especificidades próprias. Cada um desses agentes possui um papel distinto, complementar e fundamental na composição de um setor cultural rico e produtivo, que contribua para o desenvolvimento social e econômico do país.
Na área de produção, a cadeia inclui pesquisadores, artistas, criadores, produtores, administradores e técnicos. Em sua maioria, profissionais liberais, que têm sua própria empresa e que circulam com certa liberdade pelo mercado, mas ao mesmo tempo convivem com a insegurança do trabalho eventual.

Já as organizações culturais, passaram, na última década, por um processo de profissionalização surpreendente. Era raro encontramos centros culturais, fundações, organizações culturais públicas, privadas e do terceiro setor com agentes plenamente capacitados para desenvolver suas funções. Por outro lado, era raro encontrar condições favoráveis para este funcionário. Com regimes de trabalho muito informais e remuneração incompatível para o exercício de suas funções, os bons profissionais preferiam arriscar-se no mercado.

Outro campo em pleno desenvolvimento é o departamento de cultura e patrocínio das empresas investidoras. Impulsionadas pelas oportunidades geradas pelas leis de incentivo à cultura, elas criaram estruturas e contrataram profissionais para gerir políticas de cultura e de comunicação empresarial focadas no investimento cultural.

O próprio Poder Público ampliou as oportunidades de trabalho para a área da cultura. É crescente a demanda por profissionais responsáveis pela formulação e gestão de políticas culturais.

Ainda no meio acadêmico e na imprensa encontramos oportunidade de trabalho para esses profissionais, que podem atuar como críticos, curadores e pesquisadores.

Promover a transformação da sociedade por meio da cultura significa encadear esforços de todos esses agentes de forma a permitir a consolidação de um mercado qualificado, capaz de produzir e consumir cultura.

O desenvolvimento social proporcionado pela ação cultural se dá de forma espiralar, ligando todos os elementos e aumentando a base estrutural que garante a consolidação do espírito crítico da sociedade. Este processo ocorre ao mesmo tempo em que se estrutura como um mercado capaz de fornecer insumos necessários, oferecendo base sólida à sociedade e proporcionando um crescimento cíclico em progressão geométrica, com a ampliação de sua base.

* trecho do livro O Poder da Cultura.
. Sobre "Leonardo Brant " http://www.brant.com.br

Pesquisador de políticas culturais. Autor do livro "O Poder da Cultura" e diretor do webdocumentário Ctrl-V::VideoControl.



Fonte: Cultura e Mercado | Por Leonardo Brant
http://www.culturaemercado.com.br/ideias/profissao-cultura/


E aqui mais textos do autor.

sábado, 19 de junho de 2010

O que muda com a Nova Lei da Cultura

Assinado pelo presidente Lula, Projeto de Lei será apreciado pela Câmara dos Deputados



O Projeto de Lei que substitui a Lei Rouanet (Lei nº 8.313/1991) entrou na pauta do Congresso Nacional após o recesso parlamentar, em fevereiro. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encaminhou à Câmara dos Deputados o texto que torna a lei da cultura mais abrangente e dinâmica.

Seus objetivos centrais são ampliar os recursos da área e, ao mesmo tempo, diversificar os mecanismos de financiamento de forma a desenvolver uma verdadeira Economia da Cultura no Brasil.

Em linhas gerais, as principais novidades são a renovação do Fundo Nacional de Cultura (FNC), reforçado e dividido em nove fundos setoriais; a diversificação dos mecanismos de financiamento; o estabelecimento de critérios objetivos e transparentes para a avaliação das iniciativas que buscam recursos; o aprofundamento da parceria entre Estado e sociedade civil para a melhor destinação dos recursos públicos; e o estímulo à cooperação federativa, com repasses a fundos estaduais e municipais.

Financiamento

A nova lei transforma o Fundo Nacional de Cultura (FNC) no mecanismo central de financiamento ao setor, criando formas mais modernas de fomento a projetos. Garante-se, assim, que os recursos cheguem diretamente aos proponentes, sem intermediários e com maior participação da sociedade, por meio da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), que dará origem a comissões setoriais.

Em 2010, como parte de um processo de transição, o Ministério da Cultura se prepara para a implementação da nova lei. O FNC, por exemplo, recebeu dotação orçamentária recorde, acima de R$ 800 milhões, e fará repasses a fundos estaduais e municipais, impulsionando a cooperação federativa.

Dentro do FNC serão criados oito fundos setoriais: das Artes Visuais; das Artes Cênicas; da Música; do Acesso e Diversidade; do Patrimônio e Memória; do Livro, Leitura, Literatura e Humanidades, criado por lei específica; de Ações Transversais e Equalização; e de Incentivo à Inovação do Audiovisual. Eles se somam ao já existente Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

Transparência

O Projeto de Lei cria um sistema público e transparente de critérios tanto para o acesso aos recursos do FNC quanto do incentivo fiscal. Estado e patrocinadores serão estimulados a aprimorar seus mecanismos de relação com os produtores e artistas com a divulgação de critérios claros para avaliar a dimensão simbólica, econômica e social para o uso do recurso público.

Com base nas diretrizes anuais da CNIC, cuja função é avaliar tecnicamente os pedidos de aprovação de incentivo fiscal, serão criadas comissões setoriais, com composição paritária, formadas por especialistas representantes dos diversos segmentos culturais e com ampla participação da sociedade civil, garantindo a preservação de um patrimônio recentemente conquistado pela sociedade brasileira: a liberdade de expressão. Esse processo também vai agilizar e aperfeiçoar o sistema de análise dos projetos.

Novas modalidades de acesso

Além do fortalecimento do Fundo, o Ministério da Cultura inseriu na proposta da nova lei formas de aprimorar o sistema de avaliação de projetos e diminuir a burocracia. Além do convênio, serão concedidas bolsas e prêmios. A prestação de contas será mais simples, com foco nos resultados do projeto e não apenas em seus aspectos contábeis.

No Projeto de Lei, pessoas físicas e jurídicas, com ou sem fins lucrativos, passam a ter direito de apresentar projetos. A natureza cultural deve estar agora na iniciativa, não no proponente. Ficará estabelecido o prazo de 30 dias para que o Ministério da Cultura conclua a avaliação do projeto cultural.

Investimento

Com o objetivo de atender toda a diversidade cultural brasileira, a proposta da nova lei diversifica, também, os mecanismos de investimento e apoio. Entre elas está o ‘endowment’. Trata-se de um incentivo para que fundações culturais – museus, orquestras e outros equipamentos – constituam um fundo permanente de aplicações de longo prazo, com o objetivo de obter sustentabilidade, estabilidade financeira e diminuir a dependência da renúncia fiscal em sua modalidade atual.

Outro mecanismo é o Fundo de Investimento em Cultura e Arte (Ficart), no qual os investidores se tornam sócios de um projeto cultural. O Ficart ganha agora o incentivo que o tornará atrativo e viável, o que a lei atual não permite.

Confira aqui material informativo sobre a proposta. Nele, estão os motivos da mudança, o diagnóstico do qual ela partiu (baseado em 18 anos de vigor da legislação e em dados sobre a exclusão cultural) e o processo de elaboração participativa.

Fonte:
http://blogs.cultura.gov.br/blogdarouanet/o-que-muda-com-a-nova-lei-da-cultura/

Nem sabia que a Lei teria mudanças, mais uma coisa que estão divulgando pouco.
Mas, no blog do projeto (que me parece ser a maneira como o MinC tem divulgado todos os seus projetos) tem bastante informações sobre o assunto.

A mudança será para melhor ou pior? Será que muda algo na prática? Será que artistas que "não precisam" de incentivo (exemplo da Mallu Magalhães, já citado por aqui) vão continuar ganhando verbas absurdas enquanto tantos outros artistas que não podem se bancar continuam sem fundos?

Vamos ver...

Cultura Viva

Vocês já ouviram falar desse projeto?
Segue apresentação encontrada no próprio site. Eu, pessoalmente nunca vi nada sobre isso. Acho que falta difundir..

Construindo redes fazendo história

Com o objetivo de colorir, dar vida e movimento a alma desse País é que o Programa Cultura Viva atua junto com a sociedade, entidades organizadas, pessoas interessadas, poder público, jovens vibrantes e apaixonados. Tudo isso para construírmos uma rede que seja capaz de se mobilizar na conquista de espaços e fazer com que, cada vez mais, permeie entre nós, uma Cultura viva que tenha corpo, mas que ao mesmo tempo, tenha uma alma fértil e seja capaz de produzir frutos.
E aqui, construir a rede, significa criar uma maior proximidade dos Pontos de Cultura, trocar experiências culturais, estéticas, sociais, fazer uma gestão compartilhada, empoderar ações e sujeitos que trabalham o despertar da música, da literatura, das artes visuais, do teatro, da dança e assim, cada um deles em sua especialidade possam trocar, estender e disseminar ações dentro e fora do Programa Cultura Viva.

A exemplo disso, temos os Fóruns Regionais dos Pontos de Cultura, este ano serão 9 ao todo, Fóruns Nacionais e setores temáticos como: Matrizes Africanas, GLBTT, Cultura da Paz entre outros, temos ainda, a Teia – maior encontro de diversidade Cultural do País onde os Pontos de Cultura se encontram para a Plenária Nacional e aproveitam para festejar e celebrar a suas criações.

Para Alexandre Santine, do Ponto de Cultura Tá na Rua RJ e membro da Comissão Nacional o Fórum foi criado para ser um instrumento de interlocução dos Pontos, ao mesmo tempo que são instrumentos de organização interna enquanto movimento social.
Com isso Pontos, Pontões, Governo e Sociedade com as ranhuras de um cipó vão se entrelaçando, se fundindo, se juntando e compondo novos cipós.

http://www.cultura.gov.br/cultura_viva/

Alguns links do site não funcionam bem, dificultando a navegação.

Mapa dos Pontos de Cultura no Brasil

http://mapasdarede.ipso.org.br/mapa/

Sobre Cultura

Todos sabemos que a Wikipédia não é uma fonte de referência para conceitos teóricos ou artigos científicos. Mas aqui, como estamos no âmbito mais "empírico" acho que posso citar a Wikipédia como fonte para conceituar Cultura.

Se eu conseguir, esse será o primeiro de uma série de posts sobre o assunto.

CULTURA

Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo metabiológico criado pelo homem.[1] São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia social; É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.

Principais conceitos

Diversos sentidos da palavra variam consoante a aplicação em determinado ramo do conhecimento humano.

Agricultura - sinônimo de cultivo.

Ciências sociais - (latu sensu) é o aspecto da vida social que se relaciona com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc., bem como à sua perpetuação pela transmissão de uma geração à outra.

Sociologia - o conceito de cultura tem um sentido diferente do senso comum. Sintetizando simboliza tudo o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo que pertença. Na sociologia não existem culturas superiores, nem culturas inferiores pois a cultura é relativa, designando-se em sociologia por relativismo cultural, isto é, a cultura do Brasil não é igual à cultura portuguesa, por exemplo: diferem na maneira de se vestirem, na maneira de agirem, têm crenças, valores e normas diferentes… isto é, têm padrões culturais distintos.

Filosofia - cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural. Por seu turno, em biologia uma cultura é normalmente uma criação especial de organismos (em geral microscópicos) para fins determinados (por exemplo: estudo de modos de vida bacterianos, estudos microecológicos, etc.). No dia-a-dia das sociedades civilizadas (especialmente a sociedade ocidental) e no vulgo costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição; este sentido normalmente se associa ao que é também descrito como "alta cultura", e é empregado apenas no singular (não existem culturas, apenas uma cultura ideal, à qual os homens indistintamente devem se enquadrar). Dentro do contexto da filosofia, a cultura é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros. A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos.

Antropologia - esta ciência entende a cultura como o totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do estudo da cultura) a cultura seria "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.

O uso de abstração é uma característica do que é cultura: os elementos culturais só existem na mente das pessoas, em seus símbolos tais como padrões artísticos e mitos. Entretanto fala-se também em cultura material (por analogia a cultura simbólica) quando do estudo de produtos culturais concretos (obras de arte, escritos, ferramentas, etc.). Essa forma de cultura (material) é preservada no tempo com mais facilidade, uma vez que a cultura simbólica é extremamente frágil.

A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios – ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitações. A evolução cultural é mais rápida do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a evolução biológica, o homem torna-se dependente da cultura, pois esta age em substituição a elementos que constituiriam o ser humano; a falta de um destes elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura) causaria o mesmo efeito de uma amputação ou defeito físico, talvez ainda pior.

Além disso a cultura é também um mecanismo cumulativo. As modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, de modo que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações.

Um exemplo de vantagem obtida através da cultura é o desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura. Com ela o homem pôde ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos, minimizando os efeitos de escassez de caça ou coleta. Também pôde abandonar o nomadismo; daí a fixação em aldeamentos, cidades e estados.

A agricultura também permitiu o crescimento populacional de maneira acentuada, que gerou novo problema: produzir alimento para uma população maior. Desenvolvimentos técnicos – facilitados pelo maior número de mentes pensantes – permitem que essa dificuldade seja superada, mas por sua vez induzem a um novo aumento da população; o aumento populacional é assim causa e conseqüência do avanço cultural .

Mudança Cultural

Placa de entrada da Secretaria de Estado da Cultura, em Belo Horizonte.A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades.

Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.

A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis. A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.

O 'ambiente' exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.

Percepção e etnocentrismo

O ser humano comum, imerso em sua própria cultura, tende a encarar seus padrões culturais como os mais racionais e mais ajustados a uma boa vida. Quando muito, percebe algo que é inadequado e que "poderia ser de outra forma." O que permite uma percepção cultural mais intensa é o contato com outras culturas.

Mas, uma vez que se dá este contato, a tendência é rejeitar a outra cultura como inferior, como inatural. É o chamado etnocentrismo, uma barreira que, a despeito de prejudicar o entendimento e relação com outras culturas, serve justamente para preservar a identidade de uma cultura frente à possível difusão de preceitos de outras culturas.

Os estudiosos da cultura utilizam o chamado relativismo cultural contra o etnocentrismo: consideram cada aspecto cultural em relação à cultura estudada, e não em relação à sua própria cultura, enquanto sujeitos formados dentro de outro sistema de valores.

Cultura em animais

É possível, na opinião de alguns cientistas, identificar uma "espécie de cultura" em alguns animais superiores, especialmente mamíferos (e dentro destes, especialmente primatas). Toda esta "espécie de cultura" é muito diferente da que se identifica na espécie humana. Sendo ainda muito inferior à humana, é unicamente física, não englobando qualquer sinal comprovativo de aplicação racional, mas do entendimento. Enquanto os animais inferiores utilizam-se de adaptações físicas e biológicas para resistir aos perigos do meio (por exemplo, reprodução exagerada para manter a espécie - contorna as facilidades na extinção de indivíduos), grupos como os primatas utilizam-se do comportamento adaptável para sobreviver. Os primatas possuem como características fundamentadoras destas opiniões: o uso de instrumentos toscos (para quebrar cascas de alimentos, para se defender), a transmissão para os filhotes de conhecimento.

Referências

1.↑ (LARAIA, Roque de Barros. Cultura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006)

Na sua primeira acepção, cultura é um termo que vem do alemão e que é oriundo de palavras como "folk" e "kulture" que quer dizer povo(agricultura)

Voltaire, um dos poucos pensadores franceses do século XVIII partidários de um concepção relativista da história humana.Diversos sentidos da palavra variam consoante a aplicação em determinado ramo do conhecimento humano.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura

E aí, o que vocês acham dessas definições e conceitos sobre o assunto?