quarta-feira, 5 de maio de 2010

O espartilho contemporâneo, parte II

Depois de escrever sobre o assunto, o destino acabou me colocando frente a frente com um espartilho, peça de roupa feminina tão carregada de significados, imagens, simbolismos e fantasias. Seja como ferramenta de aprisionamento feminina, tanto da sociedade de forma direta, como pela "ditadura" da beleza, ou objeto de estética o espartilho chama atenção.

Mas então, contextualizando, eu estava em uma loja de Novo Hamburgo, melhor dizendo, um Atelier que vende multimarcas e roupas próprias, tendo horários específicos, estilo diferenciado e mimos únicos, a loja é uma delícia de se estar. Encontra-se lá, além de roupas, coisas de mil e uma utilidades. De saquinhos personalizados para organizar a bolsa a babeiros masculinos (sim, para adultos), tudo com um charme especial.

Mas então.. em meio ao passeio, notei que a moça que nos atendia, uma das donas do local, usava um corset jeans, por cima de uma camisa. E comentei com ela que achava bonito, mas nunca tinha conseguido comprar nada do estilo, já que sou um pouquinho menor do que a média.

Aí é que veio a revelação mais interessante, elas estão vendendo corsets, feitos à mão, sob medida para cada mulher, em estilo vitoriano, no tecido que a cliente escolher e com especificações que eu nem lembro. O produto leva 40 (sim, QUARENTA) dias para ser entregue e, como já dá pra imaginar, a um preço bem salgado.

Ela me trouxe um modelo, uma encomenda que ainda não tinha sido entregue, e eu experimentei. Lindo de morrer, deixou minha coluna, vítima de uma péssima postura, ereta e era de um conforto que eu nunca ia imaginar. Os primeiros momentos depois de 'apertar' a peça são de uma leve falta de ar, mas assim que a gente acostuma, não quer tirar por nada. E colocar de volta as roupas normais dá a sensação de que falta algo.

DÁ VONTADE DE FICAR USANDO.

Depois disso a Rubí me passou o site da estilista que faz as peças para as celebridades brasileiras e lá eu pude fazer um pouquinho de pesquisa sobre os modelos e tirar algumas conclusões.

Existem alguns tipos de modelos, a diferença principal está nos que incluem a área do busto ou não. Ainda tem os que são meio termo entre os da cintura e os inteiros e, além disso, a peça pode se estender um pouco abaixo da cintura ou não. Das duas categorias principais, os primeiros são divididos em duas categorias, os com espaço para o seio e os retos (que deixam os peitos mais 'saltados' para cima, por ficarem apertados), dos com espaço para o seio, ainda podemos encontrar aqueles que tem os bojos e aqueles nos quais isso é mais discreto, sem esse bojo ser mostrado (acho que seria interno, algo assim). Já aqueles que não incluem a área do busto, a meu ver, são divididos mais pelo tipo de material do que por especificações mais fortes. Mas deu pra notar, no site, que estes, que incluem somente a parte da cintura, apertam mais o corpo feminino, afinando a cintura de uma maneira inacreditável. Sendo uma categoria chamada de tight alguma coisa, o objetivo é APERTAR meeeesmo, pelo que eu entendi, acho que dá pra dizer que é um estilo.

O que eu tive a oportunidade de provar incluia o busto, tinha o espaço para o seio e não possuia o bojo delineado na peça.

Interessante, não?

O site: http://www.madamesher.com/pt/modelos/
(essa parte fala dos modelos, clicando no título de cada um, o site dá muuitas opções bacanas, mas há também uma seção com a história da peça)

Elisa Casagrande

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